O Coletivo BordaEMIA é composto por diversas mulheres bordadeiras que se encontram semanalmente na Escola Municipal de Iniciação Artística (EMIA) no bairro do Jabaquara. Este coletivo se formou a partir da Oficina de Bordado Livre idealizada e realizada pela artista têxtil Joana Salles que nos conta que “… o bordado nos centra, nos acalma, nos conecta, nos emociona e nos surpreende. Unir mãos e corpos a um único tecido e criar juntas nos faz tecer laços de afetos que envolvem aprendizado, escuta e trocas.”
As obras expostas no CEU Alvarenga são “Jardim de Boro” (2022) e “Raízes – narrativas da terra” (2023).
Convidamos Tereza para integrar a exposição e ser referência de continuidade de trabalho coletivo para as participantes do CEU Parque Novo Mundo. Criado pelo Instituto Humanitas 360 por meio do Programa Empreendedorismo Atrás e Além das Grades, Tereza Vale a Pena é um negócio social que, além de promover a capacitação, também gera renda para mulheres privadas de liberdade, egressas do sistema prisional e vítimas de violência doméstica, por meio da comercialização de produtos de qualidade e alto valor agregado produzido por elas.
Linhas de Sampa é um coletivo de bordado ativista que reúne mulheres de esquerda e que luta por democracia e direitos humanos. Nasceu em 13 de abril de 2018, tempo de perseguição à esquerda, de crescimento do número de assassinatos de ativistas e lideranças como Marielle Franco e prisões arbitrárias como a de Lula.
O grupo atua nas ruas de São Paulo promovendo rodas e oficinas de bordado para debater temas da atualidade. Nesses eventos, os panfletos bordados são afixados em um varal onde os interessados e interessadas podem escolher a pauta com a qual se identificam e sair andando com um bordado no peito ou pregado na bolsa.
O coletivo tem também um grande desejo: que o bordado se torne cada vez mais instrumento de luta, denunciando as agressões aos direitos humanos sob todas as suas formas.
Linhas de Sampa integra a rede nacional de bordado ativista “Novelo de Linhas”. Entre suas últimas intervenções estão o apoio ao MST e à Comuna da Terra Irmã Alberta no território de Perus, apoio à Marcha das Margaridas, participação na exposição ReFundação na Ocupação 9 de Julho, participação na manifestação contra o massacre de Paraisópolis, homenagem ao diretor e dramaturgo Zé Celso Martinez e à cantora Elza Soares, e também a participação na campanha contra o Marco Temporal. Durante a pandemia, o coletivo produziu cerca de 12 mil máscaras para doação às pessoas em situação de rua.
A Libertas Cooperativa é uma cooperativa de trabalho e desenvolvimento social, voltada para a conquista da autonomia financeira de mulheres sobreviventes ao sistema prisional.
Atualmente localizada em uma das sedes do Cedeca Sapopemba (Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente), desenvolve produtos e artes têxteis, promove ações educativas, costura futuros de solidariedade e justiça social. Sua atuação é baseada em cinco pilares: acolhimento e amparo; capacitação profissional; autonomia e emancipação; troca de saberes; informação e orientação.
Libertas é a possibilidade de criar novas escrevivências, como nos ensina e provoca Conceição Evaristo, para semear novas possibilidades de trabalho de base e de enfrentamento ao apagamento e extermínio das histórias e vidas das mulheres .
Artesãs Guarani Mbya da Terra Indígena Tenondé Porã.
Localizada no extremo sul de São Paulo, a Terra Indígena Tenondé Porã tem quase 16 mil hectares de extensão e reúne oito aldeias ou tekoa, dentre elas, a tekoa Kalipety, da onde vêm nossas convidadas. Além de referência em práticas agroecológicas, a aldeia também é conhecida pela riqueza e variedade do seu artesanato. Os cestos, ou ajaka, feitos de taquara, são usados na roça para transporte de milho, batata doce, outros legumes, verduras e também são utilizados para carregar os bebês. Exceto a colheita da taquara que costuma ser feita pelos homens, toda a confecção dos ajaka é de responsabilidade das mulheres – o corte de tiras muito finas, o tingimento e o trançar. Algumas peças são decoradas com desenhos geométricos que fazem referência à mitologia e à cosmogonia guarani.
As artistas que fazem parte da exposição são Poty Justina, Jaxuka Ilda e Nizia, além de peças do acervo de Jera Guarani.