Expor o trabalho desenvolvido ao longo das oficinas é compartilhar com a comunidade e com o público um percurso bordado a muitas mãos, valorizando as conquistas de cada uma das mulheres que fazem parte do projeto Linha Mestra. Mais do que obras bem finalizadas, a exposição revela o percurso criativo e sensível trilhado pelas participantes.
Assim, com uma cenografia criada especialmente para o projeto, duas obras coletivas tomam corpo a partir das produções individuais:
Árvore da Memória – composta por círculos de duas faces, cada mulher bordou uma memória fundamental de sua vida em sarja colorida e seu retrato nas costas da memória em algodão cru. Como uma grande árvore da vida, construída por ferros retorcidos, as obras individuais se apresentam como frutos: as sementes ancestrais que se expressam em memórias dão vida às mulheres que seguem trilhando caminhos de luta, cuidado e poesia, expressos por seus retratos. E, se como diz Ailton Krenak “o futuro é ancestral”, a Árvore da Memória é também a raiz de um futuro compartilhado.
Rede de Retalhos – partindo da pergunta “O que nos une?”, cada mulher escolheu um tecido quadrado para bordar sua resposta. As respostas bordadas das cinco turmas foram costuradas em uma única peça para compor uma grande Rede de Retalhos coletiva, uma obra compartilhada. Aqui, a linha que costura cada parte da rede é feita de Esperançar, como Paulo Freire nos ensinou, e por isso, ao longo do tempo, aumenta no sentido da infinitude, como é a vida das mulheres que se levantam, que vão adiante, que lutam, que constroem, que não desistem.
Bordados da obra Memórias do Sertão do grupo Teia de Aranha (responsável pelas aulas de bordado) também foram expostos.
Em cada local, convidamos um grupo ou uma artista especial para apresentar um trabalho já consolidado nas artes têxteis, trazendo uma referência profissional para as participantes do projeto.